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Stay true

Sinopse

Naquela época, nenhum de nós reclamaria se passássemos tempo demais no carro. Teríamos ido a qualquer lugar dirigindo desde que estivéssemos juntos. Eu sempre oferecia meu Volvo. Primeiro, porque parecia ser uma coisa legal, generosa. Segundo, porque os obrigava a escutar minhas músicas. Ninguém sabia cozinhar, mas estávamos sempre lotando minha perua para ambiciosas excursões ao mercado da avenida College, aquele que ficava a cerca de seis canções de distância. Cruzávamos a ponte só para tomar sorvete, e isso justificava toda uma fita com novas seleções. Havia um Kmart na interestadual 880, que descobrimos certa noite ao levar alguém de carona até o aeroporto — o gesto máximo de amizade. Meia hora de carro, na calada da noite, só para comprar blocos de notas ou roupas íntimas, mas valia muito a pena. Vez ou outra, um pop rústico, desgarrado, chamava a atenção. O que está tocando? Eu tinha escutado aquelas músicas centenas de vezes. Mas escutá-las com outras pessoas era o que eu almejava.