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Rimbaud

Sinopse

Quando, no início da década de 1860, na cidade de Charleville, nas Ardenas francesas, as pessoas falam de Vitalie Rimbaud, em geral é para se perguntar como ela faz para criar sozinha seus quatro filhos, já que seu marido, o capitão Frédéric Rimbaud, quase nunca está em casa. As opiniões divergem. Alguns afirmam que ela tem uma coragem insana. Uma coragem herdada de seus antepassados, sólidos fazendeiros ardenenses. Uma coragem adquirida e forjada desde os cinco anos, em decorrência da morte inesperada de sua mãe em 1830, em Roche – um vilarejo situado no vale do rio Aisne, entre Vouziers e Attigny, que já fora a residência dos reis merovíngios e onde o próprio Carlos Magno aceitou a rendição de Witikind, o temível chefe saxão. Dizem ainda que aos dezesseis anos Vitalie já se ocupava de tudo na fazenda da família: de seu velho pai, Jean Nicolas Cuif, de seus dois irmãos, dos trabalhadores, das plantações, dos animais, da cozinha, da limpeza, dos mantimentos, das despesas que devem ou não ser feitas... sem jamais economizar esforços ou se lamentar. Sem tampouco conceder a si mesma a menor distração, mesmo que fosse simplesmente participar dos festivais rurais de Vouziers ou Voncq, a aldeia vizinha, na margem oposta do Aisne. E, ao que parece, foi nesses anos de labuta e servidão que adquiriu seu senso de dever e de trabalho benfeito, para o ascetismo e a vocação para os cuidados com a terra e com a família.