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O Processo do Capitão Dreyfus

Sinopse

Quando, depois de uma carta interceptada e de uma obscura investigação, o capitão Alfred Dreyfus termina preso, acusado de alta traição, Émile Zola já tinha sido reconhecido como o maior escritor francês vivo. Um ano antes, em 1893, Zola havia colocado o ponto final no romance O doutor Pascal, o último de uma série de vinte livros. A coleção de romances, que já vinha fazendo sucesso enquanto era publicada, procurava dar conta, com o mesmo fôlego romanesco que os franceses conheciam, por exemplo, em Honoré Balzac, de um extrato sociofamiliar do Segundo Império. O ciclo “Os Rougon-Macquart”, nome com que o próprio Zola chamou a série, a partir do sobrenome das famílias que compunham o enredo, ajudou a fixar a fama de um escritor que tinha por hábito, além do trabalho com a ficção, colaborar continuamente com a imprensa, o que o tornava uma importante figura de debate. Desde já é possível apresentar uma das principais características do trabalho de Émile Zola: a intervenção. Seja a partir da ficção, ou por meio de um texto para a imprensa, o autor de Germinal jamais deixou de intervir em tudo que lhe parecesse importante para a sociedade da época. Os romances tentavam, sempre com traços fortes e irônicos, apresentar a vida hipócrita e sem charme da burguesia francesa, tratando de acordos espúrios, traições, pequenos e grandes atos de corrupção e todo tipo de mesquinharia que sustentava certa camada social da época. Os textos centram-se em acontecimentos domésticos, mas através de uma enorme habilidade de estender a trama por longos braços, atingem tanto as classes mais abaixo quanto as que se localizavam acima dos Rougon-Macquart. A concepção de painel, que já vinha sendo praticada antes e se tornaria cara a grandes artistas da modernidade heroica (basta pensarmos [...] em James Joyce ou Robert Musil), orienta o andamento da série, que tenta cobrir quase toda a segunda metade do século XIX.

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