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O Planeta dos Homens Sem Cor

Sinopse

O planeta dos homens sem cor - Por Pensamento Literário Somos surpreendidos a todo instante e mesmo com o velho ditado popular “não julgue um livro pela capa”, constantemente caímos nessa armadilha do destino. Dando ênfase ao parágrafo anterior, foi justamente o que aconteceu. Infelizmente ou felizmente somos atraídos pelo estético e com os livros não é diferente. Quando nos deparamos com um bom design o impulso de ler e adquirir o exemplar é imediato, e quando o volume não nos proporciona essa reação temos por costume deixa-lo de lado. Confesso que só li essa obra porque a mesma é bem fininha e estou com problemas de coluna de tanto carregar peso. Sendo assim, fui à estante do meu falecido sogro, puxei o livro e carreguei dentro da mochila. Como todo ledor qualquer lugar é motivo para ler, principalmente para evitar conversas alheias que não vão acrescentar nada. Já na primeira folha a surpresa é encantadora, doce e cativa. Ser sucumbido pela escrita da autora é apenas uma das particularidades contidas nessa estória. Nossa protagonista é Neide que narra esse tomo de ficção cientifica. Dessa maneira, não é questionável se a mesma está imaginando tudo ou se essa experiência fora do planeta terra é real. Logo, conhecemos Tálbor que é um pescador espacial e um cidadão do planeta Vigor, cujo seus irmãos são Telga e Tínger. Nesse enredo percebi criticas sutis da autora a nossa sociedade e o que mais fascina é que de forma alguma ela impõe tais opiniões. A fluência de sua narrativa é leve e jamais encontrei um livro tão antigo com uma linguagem tão fácil. Suas propriedades encontram-se nas minucias, e apenas o leitor com uma boa interpretação consegue compreender. Por exemplo, os alienígenas não possuem uma cor definida na pele, tanto que o título remete a esse aspecto, ou seja, sua epiderme reflete a cor do ambiente. Caso esse esteja no luar automaticamente sua pele irá ficar prateada, se o sol espelhar em seu corpo irá ficar dourado e isso evita que aja qualquer preconceito referente à cor ou mesmo a etnia. Talvez isso seja ocasionado pela falta de melanina, todavia não é esclarecido isso na trama. Outra análise está na especulação se o homem conseguiria viver pela razão e abandonar os seus vícios. Dependência essa que é prejudicial ao meio ambiente. Então, a humanidade é capaz de viver em paz com outras civilizações? Sua arrogância e falta de empatia não seria um empecilho? Por fim, a teia discretamente gira nesses pormenores. A reflexão é plausível e assola todo o contexto construído, a simplicidade e curiosidade são naturais e simples. Por fim tem o romance entre Neide e Tálbor, algo subliminar. Não temos certeza se eles realmente vão ficar juntos, pois não há caricias físicas como o beijo, mas subtende-se que o amor esta acontecendo. Essa parte incomodou um pouco, já que todo bom romântico imagina os protagonistas demonstrando afeição, o que não ocorre. Indico esse livro, a malha é permeada de ação, o calor das palavras é tão acolhedor que é impossível não ser envolvido do começo ao fim. A escritora, que não conhecia, tem um talento inigualável e com toda certeza sua obra singela é promissora, com uma qualidade surpreendente.