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Paradaise

Sinopse

Polo vê-se obrigado a servir os ricos e a ser explorado pelo odioso patrão num condomínio de luxo. Aí conhece Franco. Mais tarde, longe de todos os olhares, Franco e Polo engendram um plano macabro para obter, sem olhar a meios, o que julgam merecer. A culpa foi toda do gordo, era isso que lhes ia dizer. A culpa foi toda de Franco Andrade e da sua obsessão pela senhora Marián. Polo não fez mais que obedecer­-lhe, seguir as ordens que lhe dava. O gordo estava completamente louco por aquela mulher, e Polo fora o primeiro a saber que o puto andava há semanas sem falar de outra coisa que não fosse fodê­-la, torná­-la sua fosse lá como fosse; a mesma cantilena de sempre, como um disco riscado, com o olhar perdido e os olhos avermelhados pelo álcool e os dedos besuntados de queijo em pó que o grande javardo só limpava com lambidelas depois de ter acabado todo o saco de aperitivos tamanho familiar. Vou comê­-la assim, balbuciava ele, depois de parar cambaleante na margem do cais; vou fodê­-la assim e depois vou pô­-la de quatro e vou comê­-la toda, e limpava a baba com as costas da mão e sorria de orelha a orelha com aqueles dentes grandalhões que tinha, brancos e direitinhos que nem um anúncio de pasta dentífrica, cerrados com raiva enquanto o seu corpo gelatinoso estremecia numa grosseira pantomima do coito, e Polo afastava o olhar e ria­-se sem vontade e aproveitava a distração do gordo para lhe sacar a garrafa, acender outro cigarro e soprar o fumo com força para o alto, para repelir os mosquitos bravios do mangal.