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Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento

Sinopse

Ódio, amizade, namoro, amor, casamento, uma das principais coletâneas de contos de Alice Munro, ganha nova edição pela Biblioteca Azul As nove histórias reunidas em Ódio, amizade, namoro, amor, casamento, funcionam como retratos. Retratos de um momento da vida das personagens – e esse momento pode ser uma despedida ou um reencontro; retratos de um traço particular dessas pessoas, apreendido no instante exato de uma má escolha ou uma boa intenção; retrato de uma porção da memória que, por vezes, é buscada com um grande esforço e, em outros, se esvai na cabeça fraca da idosa ou nas lembranças levianas da menina que não reteve mais que um sentimento de excitação de todo um verão. Esses contos, se são sobre o cotidiano, não são nada banais. O primeiro, que dá nome à obra, relata a história de Johanna Parry, uma mulher simples e sem ambição que, por um engano, se coloca diante de um futuro com que nunca sonhou; em Ponte flutuante, Jinny recupera-se de grave enfermidade enquanto se deixa seduzir por um adolescente, em momento de inigualável poesia; Mobília de família resgata, aos olhos de uma escritora, a personalidade de uma tia que foi definitiva na sua infância; no belíssimo Conforto, Nina se despede do marido, na busca da compreensão profunda de seu ato de adeus; o encontro das memórias de duas personagens acerca de um verão, seus dramas posteriores e o fundo em comum que os une é tristemente o cenário de Urtigas; em Coluna e vigas, uma jovem mãe aprende a lidar com expectativas alheias sobre si mesma, e a importância da negociação; O que é lembrado é um comovente e sarcástico exercício de memória. Já Queenie é a construção do imaginário de uma heroína, ainda que tão cheia de defeitos, no encontro eterno de duas irmãs cúmplices; e, por fim, O urso atravessou a montanha, em que Alice narra com infinita delicadeza a descoberta amorosa na perda da memória, e a ternura incondicional de dois companheiros de vida. (O urso atravessou a montanha foi adaptado para o cinema, no premiado longa-metragem Longe dela, de Sarah Polley.) Verdadeiros clássicos modernos, as histórias de Munro vão além de um universo feminino, como quiseram alguns, e ultrapassam a chamada “arte de eternizar momentos banais”. Ela faz isso com destreza, é certo, mas o que há de mais fundamental em sua escrita é chamar a atenção para que os momentos decisivos ponteiam a vida a cada instante e que cada um deles contem tudo que passou. Por isso a memória tem um papel crucial: porque ela é construtora de individualidades e capaz de gerar transformações. A autora A contista Alice Munro nasceu em 1931 em Wingham, no Canadá. É autora de diversos livros, traduzidos para mais de dez idiomas. Entre os prêmios literários recebidos ao longo de sua carreira – incluindo o Man Booker Prize, em 2009 – destaca-se o Nobel de Literatura, em 2013. Em 2014, a Biblioteca Azul publicará Runaway (2004) e The View of Castle Rock (2006). Munro é considerada uma verdadeira mestra dos contos contemporâneos, e tem uma literatura notadamente marcada pela concisão, pela escrita firme e pela complexidade das personagens femininas. Irônica e séria ao mesmo tempo, consegue desenvolver os temas-chave da literatura de uma maneira inusitada e poderosa. Munro é a primeira mulher a conquistar o prêmio desde 2009, quando ganhou a romena-alemã Herta Müller, também autora da Biblioteca Azul.