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Música para Camaleões

Sinopse

Consagrado em vida pelo sucesso de A sangue frio, Truman Capote não se deu por satisfeito e radicalizou o jornalismo literário: em Música para camaleões, último livro que concluiu, o narrador divide a cena e a palavra com suas personagens. Ainda jovem, Truman Capote percebera que “havia uma diferença entre escrever muito bem e a verdadeira arte; sutil, mas devastadora”. Na literatura como na intimidade, viveu sob o mandamento de apostar sempre mais alto. Música para camaleões (1980), ao mes-mo tempo suma de todo o seu savoir-faire literário e aposta em novas formas de escrita, é a prova cabal disso. De fato, o sucesso de A sangue frio criara um dilema para Capote: como seguir adiante sem repisar as próprias pegadas? A resposta encontra-se nesse livro, que radicaliza o projeto do jornalismo literário. Livre da envergadura romanesca, do anonimato e da imparcialidade, Capote arrisca-se na exibição plena de si e dos outros em peças ágeis, onde personagens e situações se revelam com limpidez máxima, beirando a ficção, mal importa quem sejam: o próprio Capote, uma velha dama caribenha tocando piano para camaleões, um parceiro beatnik de Charles Mason, um serial killer cerebrino contra um detetive empedernido no meio-oeste americano, um velório na companhia de Marilyn Monroe. Nas pequenas jóias de Música para camaleões, todos se revelam em exposição máxima, plenos de brilho, horror ou vulnerabilidade. TRUMAN CAPOTE nasceu em New Orleans, em 1924. Aventurou-se em todos os gêneros literários, com destaque para A sangue frio (1966). Além desta obra, publicada na coleção Jornalismo Literário, a Companhia das Letras também publicou a célebre novela Bonequinha de luxo, de 1958.