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Gente Ultraprocessada

Sinopse

Gente ultraprocessada: por que comemos coisas que não são comida, e por que não conseguimos parar de comê-las – Chris van Tulleken; tradução de Érika Nogueira Vieira. – São Paulo: Elefante, 2024 Chris van Tulleken não quer que você deixe de comer porcaritos crocantes, nem de beber refrigerantes cheios de açúcar. Pelo contrário. Enquanto lê este livro, o autor pede que você baixe a guarda: “Permita-se experimentar todo o horror dos alimentos ultraprocessados”. E faz um convite: “Leia também a lista de ingredientes no verso das embalagens”. Entre um bocado, um pacote plástico e uma página, Gente ultraprocessada te apresentará um universo de informações sobre a origem e os efeitos dos elementos químicos que estamos nos acostumando a chamar de “comida”, e te conduzirá pelas descobertas mais importantes da atualidade sobre alimentação e saúde. Prepare-se para ver muitas de suas certezas ruírem diante da ciência realizada por pesquisadores que não têm rabo preso com a indústria alimentícia. Este livro nasce de um truco. O autor, Chris van Tulleken, duvidou da hipótese formulada pelo brasileiro Carlos Monteiro. O médico britânico entendia ser inviável que um grupo específico de produtos alimentícios — os ultraprocessados — pudesse ser responsabilizado pela explosão global dos índices de doenças crônicas não transmissíveis. Gente ultraprocessada é, então, a história de um fracasso pessoal que Van Tulleken compartilha conosco, com transparência e sem mágoa. Professor na University College de Londres e especialista em doenças infecciosas, ele se dispôs a entender por que havia um enorme zumzumzum no mundo da alimentação, provocado pelo trabalho de Monteiro. Começa então uma jornada na qual Van Tulleken coloca os próprios hábitos à prova. E o próprio corpo: numa espécie de Super Size Me do século 21, o autor radicaliza a dieta para, durante algumas semanas, alimentar-se basicamente de ultraprocessados. A hipótese aventada por ele e por outras pessoas da área da saúde é de que nada em especial aconteceria. Mas, assim como no início, ele estava errado. Gente ultraprocessada não é um amontoado de curiosidades e apostas. É um olhar criativo e original de uma história que precisava ser contada em detalhes: como Carlos Monteiro e sua equipe lançaram uma contribuição singular para entender um fenômeno que tem abismado a humanidade de forma crescente e quase sem exceções. *** Nas páginas de Gente ultraprocessada, Chris van Tulleken descreve com primor a história dos alimentos ultraprocessados, a lógica de sua produção e os impactos que esses produtos têm em nossa saúde. Para isso, expôs, muito corajosamente, seu próprio organismo aos ultraprocessados, fez uma exaustiva revisão da literatura e conversou com grandes especialistas no tema. O resultado é uma narrativa completa e fascinante. O livro revela não apenas os efeitos nocivos dos alimentos ultraprocessados, mas também a urgência de políticas públicas que impeçam que a dieta ultraprocessada substitua padrões saudáveis e tradicionais de alimentação baseados em alimentos integrais e em refeições preparadas com base nesses alimentos — comida de verdade, como costumamos dizer no Brasil. — Carlos Monteiro, no prefácio