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A Carícia da Morte

Sinopse

Uma história em quadrinhos Contrariamente ao que se poderia temer, dada a fama dos espanhóis neste sentido, nenhum deles se aproximou da jovem recém-chegada aos serviços alfandegários do Aeroporto Transoceânico de Barajas para dizer-lhe chalaças, nem sequer fazer elogios apaixonados à sua beleza, muito embora ela bem os merecesse. Pois era a criatura mais bela que já fora vista ali. Corpo escultural, longos e naturalmente ondulados cabelos negros, encantadores lábios róseos e uns olhos azuis resplandecentes Entretanto, foi atendida com absoluta seriedade e cortesia, além de um amplo sorriso de boas-vindas que de nenhum modo excedia os limites da correta amabilidade. Quando muito, já de saída à vasta sala de espera, um empregado deu uma cotovelada em outro e um dos guardas em uniforme cinza olhou o companheiro que estava mais além e por um instante ergueu os olhos para o céu. Isso foi tudo. Com exceção de um rapaz que, enquanto ela aguardava imóvel com sua única maleta aos pés e uma graciosa maletinha vermelha ornada de flores azuis na mão esquerda, aproximou-se, ficou olhando-a fixamente a dois passos de distância e, súbito, disse: — Vou denunciá-la à polícia. A viajante dos mais belos olhos do mundo olhou o rapaz, entre surpreendida e sobressaltada. — Perdão? — murmurou em espanhol. — Digo que vou denunciá-la à Polícia, miss. — Não compreendo... — Eu lhe explico: acaba de chegar à Espanha e já nos roubou alguma coisa.