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As Aventuras do Bom Soldado Svejk

Sinopse

Se me pedissem que apontasse três obras literárias deste século que, em minha opinião, farão parte da literatura universal, diria que uma delas é, sem dúvida, As Aventuras do Bom Soldado Švejk.” – Bertolt Brecht “Švejk é o homem em toda a sua pungente e primitiva humanidade, frente ao anti-humano das criaturas descarnadas e desossificadas pelo militarismo e a guerra.” – Dias Gomes Escrito pouco depois da Primeira Guerra Mundial, na qual o autor lutou, As Aventuras do Bom Soldado Švejk narra a história do anti-herói Josef Švejk, soldado tcheco com incrível e hilariante capacidade de se meter nas piores confusões. Personagem ambíguo, entre o tolo e o dissimulado, ele se envolve em inúmeras e impagáveis trapalhadas que, no entanto, não decorrem apenas de sua sagaz ingenuidade ou desastrada esperteza. O mundo de Švejk é extremamente cruel; ruma para a destruição, apesar da aparente hilaridade que cerca a ele e seus inconstantes companheiros. Ambientada nos anos iniciais da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a narrativa acompanha a labiríntica trajetória desse militar do Exército austro-húngaro, que já nas primeiras páginas é preso por “alta traição” e, logo em seguida, declarado demente por uma junta médica. Internado num manicômio, de onde é expulso, alista-se para combater no grande conflito global. Acaba relegado à ordenança de um capelão mulherengo, perdulário e alcoólatra, que o “vende” no jogo de cartas a um tenente. Os incontáveis episódios e contratempos fazem da leitura de As Aventuras do Bom Soldado Švejk, em edição traduzida diretamente do tcheco, uma experiência ímpar. Longe de ser mero “testemunho” da barbárie, o romance de Jaroslav Hašek usa a comicidade para refletir sobre o absurdo da guerra e dos regimes antidemocráticos. Ao encarar esse mundo como objeto de ficção, o riso talvez não tenha sido apenas uma escolha de Jaroslav Hašek, mas a única forma de expressar uma visão implacável da humanidade. Caudalosa e inacabada, a obra é sobretudo uma incômoda certeza de que para a humanidade não resta qualquer salvação.