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Argylle

Sinopse

Alguns anos atrás, sofri um acidente horrível que despedaçou completamente a minha vida. Enquanto eu me recuperava e sentia pena de mim mesma, meus pais me traziam filmes e livros para tentar despertar meu interesse em algo – qualquer coisa – que não fosse eu mesma e essa coisa terrível que tinha acontecido comigo. Numa certa manhã, minha mãe apareceu com um livro de fotografias de lindas paisagens. Uma delas mostrava uma cadeia de montanhas no sul da Polônia. Não significava nada para mim, mas, quando eu olhei para a foto, senti um ímpeto de algo e, naquela noite, Aubrey Argylle surgiu para mim em um sonho febril, inteiramente formado, com sua jaqueta estilo indiano, cabelo com corte militar, uma tristeza profunda e sua necessidade de colocar nos eixos o que o mundo insistia em deixar errado. Quando acordei, ele estava na minha cabeça como se tivesse entrado pela porta da frente, tirado os sapatos e deitado confortavelmente na sala. Sei que alguns escritores reviram os olhos quando outros dizem “este livro se escreveu sozinho”, mas foi isso mesmo o que aconteceu (por favor, não me odeiem, pessoal). E, ao escrevê-lo, encontrei um novo propósito e, daquele momento em diante, comecei a me curar. Portanto, eu preciso deixar aqui meus agradecimentos a seja lá quem tirou aquela foto, aos meus pais e, acima de tudo, a Aubrey Argylle, por me trazer de volta a mim mesma e me lembrar de que às vezes as ferramentas de que precisamos para nos consertar estão dentro de nós.